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iFood revela: entregadores trabalham 31 horas por mês em média

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iFood revela: entregadores trabalham 31 horas por mês em média

iFood lança portal de dados revelando jornada média de 31,1 horas mensais dos entregadores

O iFood, líder no mercado de delivery de comida no Brasil, acaba de lançar um portal de dados que traz informações inéditas sobre a atuação dos entregadores parceiros em sua plataforma. O lançamento ocorre em um momento crucial de discussões sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos no país, trazendo mais transparência sobre a realidade desses profissionais.

Principais dados revelados pelo iFood

Entre as informações mais relevantes divulgadas pela empresa, destacam-se:

Análise dos dados sobre jornada de trabalho

A redução na jornada média mensal dos entregadores de 33,8 para 31,1 horas entre 2022 e 2023 é um dado interessante. Isso pode indicar uma maior flexibilidade no trabalho, permitindo que os entregadores se dediquem a outras atividades paralelas. Por outro lado, também pode refletir uma possível saturação do mercado, com mais entregadores dividindo as demandas disponíveis.

É importante notar que essa média de 31,1 horas mensais é relativamente baixa se comparada a um trabalho em tempo integral tradicional. Isso reforça o caráter complementar que essa atividade pode ter para muitos profissionais, servindo como uma fonte de renda extra.

Distribuição da carga horária

Os dados mostram uma concentração significativa de entregadores (90%) trabalhando até 90 horas mensais. Isso equivale a aproximadamente 22,5 horas semanais, ou pouco mais de 3 horas diárias em uma semana de 7 dias. Essa distribuição sugere que a maioria dos entregadores utiliza a plataforma de forma parcial, possivelmente conciliando com outros empregos ou atividades.

O fato de menos de 1% dos entregadores trabalharem mais de 180 horas mensais é um ponto positivo, indicando que jornadas excessivas são raras na plataforma.

Remuneração dos entregadores

O aumento de 9,2% no ganho bruto médio por hora entre 2022 e 2023 é um dado relevante, especialmente considerando o contexto econômico do país. Vejamos alguns cenários de remuneração com base nos dados fornecidos:

É importante ressaltar que esses valores estão acima do salário mínimo nacional vigente nos respectivos anos (R$ 1.212 em 2022 e R$ 1.320 em 2023). No entanto, é preciso considerar que essa é uma remuneração bruta, não incluindo despesas como combustível, manutenção de veículos e contribuições previdenciárias.

Contexto da divulgação dos dados

O lançamento deste portal de dados pelo iFood ocorre em um momento estratégico, em meio a discussões sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos no Brasil. João Sabino, diretor de Políticas Públicas do iFood, afirmou que “esse lançamento dos dados vem contribuir para políticas públicas baseadas em discussões efetivas”.

A empresa se posiciona favoravelmente ao projeto de lei dos motoristas de aplicativos, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, que reconhece esses trabalhadores como “autônomos por plataformas”. No entanto, o iFood ressalta a necessidade de considerar as particularidades do setor de entrega de alimentos.

Desafios na regulamentação

Um dos principais desafios na regulamentação do setor é a natureza multiplataforma do trabalho. Dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) indicam que 52% dos trabalhadores de aplicativos têm essa atividade como única fonte de renda, mas atuam em múltiplas plataformas simultaneamente.

Isso significa que, na prática, um entregador pode ter uma jornada extensa, mas dividida entre diferentes aplicativos. Essa realidade complexifica a criação de regras e limites de jornada, exigindo uma abordagem integrada entre as diferentes empresas do setor.

Impactos potenciais da regulamentação

A regulamentação do trabalho por aplicativos pode trazer diversas mudanças significativas para o setor. Alguns pontos que merecem atenção:

O futuro do trabalho por aplicativos no Brasil

A divulgação desses dados pelo iFood é um passo importante para uma discussão mais embasada sobre o futuro do trabalho por aplicativos no Brasil. Alguns pontos que devem nortear esse debate:

Conclusão

O lançamento do portal de dados pelo iFood traz mais transparência ao debate sobre o trabalho por aplicativos no Brasil. Os números revelam uma realidade complexa, com jornadas flexíveis e ganhos variáveis. Enquanto a média de 31,1 horas mensais trabalhadas sugere que a atividade é predominantemente complementar para muitos entregadores, o aumento nos ganhos médios indica um setor em crescimento.

À medida que as discussões sobre regulamentação avançam, será fundamental manter um equilíbrio entre a proteção dos trabalhadores e a preservação da flexibilidade e inovação que caracterizam o setor. O desafio está em criar um marco regulatório que atenda às necessidades dos trabalhadores, seja viável para as empresas e promova o desenvolvimento econômico e social do país.

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